VisaNet

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Valor Econômico- 22 de agosto de 2008

A Visanet, empresa que faz o credenciamento de estabelecimentos comerciais para a bandeira Visa, dará na próxima segunda-feira, dia 25, o primeiro passo para a listagem de ações na Bovespa. Nesse dia, os acionistas da empresa se reunirão em assembléia para autorizar a apresentação de pedido de registro de companhia aberta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação da empresa é aguardada pelo mercado desde que a concorrente Redecard lançou ações, há um ano. Segundo o diretor executivo de finanças e administração da Visanet Brasil, Vitor Fabiano, a convocação foi efetuada para que sejam criadas condições prévias e para que a empresa esteja pronta para a oferta inicial de ações, caso venha a ser definida pelos acionistas. Uma vez que o pedido da Visanet ingresse na CVM, a operação deve permanecer em análise por pelo menos um mês. O mercado não sabe estimar se a oferta será realizada neste ano, pois dependerá da janela de oportunidade.
Apesar da instabilidade dos mercados, é possível dizer que a distribuição tem sinalização muito positiva. Em março passado, período nebuloso para o mercado de capitais, diante da crise de crédito internacional, a Visa fez a maior operação inicial de venda de ações nos Estados Unidos, com volume recorde de US$ 17,86 bilhões. Os analistas da Itaú Corretora comentaram que a operação de Visanet pode ser um fator a impulsionar as ações do Bradesco e do Banco do Brasil, que possuem fatias de 40% e 32%, respectivamente, na empresa. Os papéis devem se beneficiar tanto do valor que o mercado atribuir à Visanet, quanto da venda de ações em uma eventual oferta secundária, em que os recursos vão para os acionistas. O Itaú assumiu múltiplos para a Visanet semelhantes aos de Redecard, com preço/lucro (P/L) estimado para 2008 de 21,5 vezes e crescimento de receita de 21%. A corretora calculou valor de mercado de R$ 23 bilhões - o da Redecard é de R$ 20 bilhões. Na assembléia, os acionistas também aprovarão a conversão das ações ON, hoje divididas em A e B, em uma classe única de ordinárias.