BM&F Bovespa divulga 1º balanço

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A BM&F Bovespa divulga hoje seu primeiro balanço após a união oficial das bolsas brasileiras. Os analistas esperam por resultados modestos, uma vez que os números de queda nos volumes de negócios e saída de investidores estrangeiros são divulgados mensalmente para o mercado. A desaceleração das transações em bolsas, por conta do aumento da aversão ao risco, diante da crise de crédito global, afetou todas as companhias do setor pelo mundo este ano. Apenas em 2008, o valor de mercado da BM&F Bovespa caiu pela metade, para US$ 13 bilhões, comportamento que acompanhou tendência global. Prova disso é que, apesar da desvalorização, ela mantém a quarta colocação no ranking global de bolsas, atrás de Deutsche Boerse (US$ 19 bilhões); CME Group (US$ 18,5 bilhões) e Hong Kong Exchanges (US$ 14,2 bilhões). Como o segundo trimestre mais fraco já está até mesmo refletido nas cotações, o foco de atenção dos investidores está no desempenho do terceiro trimestre. Por um lado, os dados de julho se mostraram ainda desanimadores. No entanto, a concretização da parceria com a CME, para o uso da Globex, a plataforma de negociação da bolsa americana, e a implantação do acesso direto (DMA, na sigla em inglês), podem reverter o quadro, ao menos para a bolsa brasileira.
O volume movimentado pela Bovespa em julho foi de R$ 124 bilhões, em queda de 6,3% sobre o mês anterior. A saída de capital externo somou R$ 7,626 bilhões. Na BM&F, a média diária de negócios em julho foi de 1,66 milhão de contratos, 4,8% inferior à de igual intervalo do ano passado. O analista da Itaú Corretora, Victor Mizusaki, destaca também que o preço médio dos contratos negociados na bolsa de futuros caiu 3% no mês passado, em relação ao verificado no segundo trimestre, o que também tende a impactar as receitas da companhia. Nas contas de Mizusaki, combinadas, BM&F e Bovespa estão sendo negociadas com desconto de 13% em relação a outras bolsas internacionais.
A Bradesco Corretora também acredita que os papéis não estão mais caros como na época da abertura de capital - de lá para cá, a desvalorização da BM&F S.A. é de 48% e da Bovespa Holding, de 31%. Os analistas acreditam que o quadro pode mudar neste semestre, caso se confirme a previsão de implantação do acesso direto ao pregão. Por esse mecanismo, para operar na bolsa, o investidor precisará apenas manter o cadastro em uma corretora, mas não terá de fechar operações com a intermediação de um corretor. Ele colocará suas ordens diretamente depois de ter liberado o acesso a um terminal de negociação. Esse dispositivo será oferecido a investidores de todo o mundo quando estiver funcionando a interligação do pregão doméstico com a Globex. Em princípio, os produtos da BM&F serão oferecidos em mais de 80 países e o número de terminais de negociação na bolsa subirá de 700 para mais de 100 mil.